sábado, 30 de maio de 2009

Beija Flor Mirabilis



Características gerais

Comprimento do corpo: 10-15 cm.
Altura: cerca de 56 cm.

É uma espécie de colibri de tamanho médio com uma cauda chamativa e diferente. Os machos possuem uma crista azulada semelhante à um quepe. A garganta é dum azulado brilhante e uma linha negra desce no centro do peito e barriga. As partes restantes da plumagem são brancas com lados esverdeados do peito e da barriga. As costas são dum marrom-esverdeado em sua maioria. As penas caudais das laterais são bastante longas, curvas, terminadas em raquetes grandes e negras com reflexos azuis. Duas penas caudais projetam-se no centro dessas em forma de raquete. A cauda varia conforma a idade. As fêmeas possuem a garganta branca com uma linha central preta que vai até a região da base das pernas. A cauda é muito menor, ainda mostrando duas penas terminadas em forma de raquetes.

Ontogenia e Reprodução

Aparentemente os machos maduros (que são em menor número se comparados à fêmeas e machos imaturos) utilizam-se de suas maravilhosas ''espátulas'' na cauda para atrair as fêmeas. O período reprodutivo ocorre do final de outubro ao começo de maio. Os filhotes são bastante diminutos e as ''espátulas'' se desenvolvem conforme a idade e o sexo (mais nos machos).

Ecologia e Comportamento

Sua alimentação a base de vegetais favorita é a planta de flores vermelhas Alstroemeria (Bomarea) formosissima, mas foi observado alimentando-se de até cinco espécies diferentes de plantas floríferas, como as árvores de mupa-mupa. Nas plantas de que se alimenta, o colibri-sílfide, que é uma espécie pequena, é dominado por atitudes agressivas e violeteares. Os machos utilizam-se de sua plumagem vistosa para atrair as fêmeas durante o acasalamento. Produz ruídos peculiares de bater de asas devido às suas penas de vôo modificadas. Sua área estimada de moradia é de 110 km².

Dieta: Néctar, matéria vegetal.
Predadores principais
: Homem
.

Habitat

Habita a borda de florestas tropicais, arvoredos de montanhas, e, em particular, áreas de árvores espinhosas impenetráveis de Rubus misturadas com Alnus, em uma altitude de 2.100-2.900 (ocasionalmente 1.700-3.700)².

Distribuição Geográfica

Ocorre incomunmente e restritamente ao lado este do valo do rio Utcubamba (um afluente do banco direito do rio Marañón) na Cordillera del Colán, Amazonas, e em uma localidade no este de San Martín, norte do Peru; na região do rio Utcubamba, é conhecido por três áreas (norte e sudeste de Leimebamba, a área de Chachapoyas e Florida, na margem do Lago Pomacochas), mas o único avistamento recente vem de Florida, cidade do Peru; apesar disso, o avistamento de um macho perto de Jesús del Monte, San Martín, em 1987 indica que existe muito mais para se descobrir à respeito da distribuição da espécie; na década de 1960, foi reportado de ter ocorrência em cerca de 15 localidades ao oeste do rio Utcubamba na província de Luya, mas não existem evidências confiáveis; parece ocorrer em baixa densidade.

Estado de Conservação

O colibri-sílfide é considerado ameaçado de acordo com o IUCN (2005; levantamento feito pelo BirdLife International - a Lista Vermelha oficial de aves para o IUCN); apêndice II do CITES, sem outras medidas conhecidas. O desflorestamento na região montanhosa da Cordillera del Colán, com muito de seu habitat desaparecido desde 1978, e as florestas remanescentes sob a ameaça de derrubada para plantação de culturas como maconha e café são os principais fatores que ameaçam a espécie. Apesar disso, a espécie aparentemente tem preferência pela borda das florestas e lotes de árvores isolados pode reduzir sua vulnerabilidade à alteração de habitat. Foi revelado que os habitantes da cidade de Florida acreditam que o coração seco dos machos desta espécie possui propriedades afrodisíacas. A caça com estilingues para esta causa pode diminuir a diversidade sexual da espécie. Entre as medidas de conservação propostas existe a medida de criar áreas adicionais para esta espécie. Sobreviventes para investigar o potencial desta espécie ocorre no oeste do rio Utcubamba; estimar a população próxima à Florida; proteger as áreas florestais remanescentes na Cordillera del Colán; e criar iniciativas para reduzir o impacto da caça. Parece ter sido considerado extinto durante 40 anos. As observações de Ted Parker nas décadas de 1970 e 1980 encontraram machos com cauda totalmente desenvolvida que são sobrenumerados por fêmeas machos imaturos, de modo que são um macho maturo para cada 5 destes últimos. Densidade demográfica estimada em 10.0-20.0 indivíduos por km² vezes 49 km².

Observações e Etimologia

Dentre as 328 espécies de colibris no mundo (Schuchmann 1999), nenhuma é mais espetacular e misteriosa que o colibri-sílfide, também chamado de maravilhosa-cauda-de-espátula. Foi descoberto pelo colecionador de pássaros Andrew Matthews em 1835, trabalhando para George Loddiges. Ele tinha o primeiro exemplar macho que tornou-se a base para os desenhos deste colibri único por H.C. Richter na mais famosa monografia de John Gould. Permaneceu quase totalmente desconhecido na década de 1960 quando Augusto Ruschi adquiriu um pássaro selvagem para seu aviário no Brasil onde Crawford Greenewalt bateu as primeira fotografias (Greenewalt 1960). Poucos ornitólogos são capazes de localiza-lo nas montanhas no norte do Peru. Loddigesia em homenagem à George Loddiges. Mirabilis (Latim) maravilhoso.


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